domingo, 5 de junho de 2011

- “POLÍTICA X CIDADANIA -


Normalmente, se questionado, o povo demonstra até uma certa “revolta”, levando-se, principalmente, em consideração alguns inúmeros acontecimentos no cenário político municipal, estadual, nacional e internacional. O que não se percebe, no entanto é que “política” é tudo o quanto nos rodeia, ou seja, não se basta somente às questões que envolvam o Executivo e o Legislativo. Está implícita em cada ato que praticamos como “simples” cidadãos.
Política, em seu sentido mais exato quer dizer “ciência dos fenômenos relativos ao Estado; arte de bem governar os povos; habilidade no trato das relações humanas”; porém, hoje já se sabe que qualquer relação que diga respeito principalmente à cidadania está estreitamente ligada à política como um meio de prover, defender e assegurar direitos e deveres inerentes ao meio como função social.
O que temos que observar é que a política é feita em todos os momentos de nossas vidas, desde quando nascemos até a nossa morte. E não somos meros espectadores das ações políticas; atuamos, até sem notarmos, como protagonistas de tudo. Ou seja, até mesmo quando não esperamos, estamos fazendo política.
Por exemplo, as nossas relações de amizade são exercidas tendo por base a política. Isto é, não podemos, sinceramente, ser amigos de todas as pessoas que conhecemos. Ideal seria se fôssemos; porém, alguns deles naturalmente se destacam em função de participar mais ou menos de nosso cotidiano e a esta “seleção natural” também podemos chamar de “política”. Outro exemplo: em nosso ambiente de trabalho, além da hierarquia normal, espera-se de nós, no mínimo, que façamos a nossa parte, desenvolvendo acertadamente as nossas funções, levando, gradativamente, o sucesso como objetivo final de toda uma cadeia produtiva a que se destina o nosso processo labor ativo. E não pára por aí; a política se estende ao nosso trato com a vizinhança, com a nossa rua, com o nosso bairro, com o nosso município – enfim - , com tudo o quanto nos diga respeito como subproduto de nossa cidadania.
Mas, voltando à discussão como, geralmente, se faz sobre a política – a do Poder sobre a população - , mais que se “revoltar” com todo o processo político ao qual estamos expostos, torna-se, cada vez mais, necessário que façamos uma profunda e séria reflexão sobre como ou quando estamos finalizando a nossa responsabilidade. E não adianta vir com aquelas “pérolas” do tipo “Ih, não quero nem saber de política!...”. Não adianta, pois não se torna suficiente esta “omissão” ou “transferência de responsabilidade” para que se mude, se altere ou se moralize o quadro político  em que estamos vivendo. Não basta apenas se abster, se anular ou, diante da escolha e exercício do voto, priorizar o “toma lá, dá cá...” como forma seletiva de se eleger quem se propõe desfrutar de qualquer cargo eletivo que nos represente. É preciso muito mais; é preciso saber e fazer a escolha certa, pois esta “política eventual” – a qual se atrela muito mais comumente à sociedade em geral – tem que ser baseada principalmente em boa vontade, bons exemplos e realizações que qualifiquem verdadeiramente o candidato como merecedor da confiança popular; por isso, tem-se que analisar a nossa política atual e verificar – de forma imparcial – quem tem realizado e quem só promete realizar o nosso progresso.
Outra observação, em especial, agora, aos que pleiteiam os nossos votos: o povo não pode, não deve, não quer e não vai (!!!) ficar sentado, assistindo às mais vis e desagradáveis manifestações de “picuinhas” e diferenças – sejam elas ideológicas, partidárias ou quaisquer outras que aos candidatos possam parecer necessárias – em função de escolher (via agressões e falácias) quem vá governar ou legislar em função do nosso município. Queremos além da boa vontade, dos bons exemplos e das possíveis realizações, uma base digna que possa realmente estabelecer méritos a quem queira-nos representar tanto na Câmara dos Vereadores quanto em nossa Prefeitura Municipal. E a dignidade é o mínimo que vocês podem nos oferecer em troca de nossa confiança.
Outro alerta: não é partido político que vence eleições; quem vence são os candidatos, tendo por base o seu trabalho, o seu interesse em sanar as necessidades do povo e a sua experiência no âmbito político-social. O novo, nem sempre, é o melhor...
Ao povo: não façam dos processos políticos um meio de coibir a sua mais pura expressão de cidadania, evitando que a democracia tão jovem e desejada entre nós venha a sucumbir. Dêem as costas, literalmente, a qualquer candidato que não preze e nem priorize as nossas necessidades em função de buscar apenas sua auto afirmação pessoal em detrimento do respeito à ética e à dignidade de seu (s) adversário (s) político (s).
As eleições vêm e vão. As nossas necessidades podem ou não ser sanadas ou permanecer povoando as nossas amarguras, decepções e desesperanças. Só depende de nós que a nossa vida mude e que tanto o nosso município, quanto o nosso Estado ou País sejam perfeitamente a realização de nossos sonhos e não a perpetuação de nossas utopias eleitorais.
A escolha é nossa; o voto é nosso, como nossas também são as necessidades de ter uma vida melhor.
A cidadania também é isso: politizar os nossos anseios e saber como assegurar as nossas soluções.

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