sexta-feira, 20 de maio de 2011

- POR QUÊ MANTER TÃO DISTANTE O SEU PRÓXIMO?!? -


Em outras palavras, por que é tão difícil o ser humano –  suposto ser social – demonstrar amor verdadeiro  por seu semelhante? Por que todos se comportam como se fossem “ilhas” no “oceano da existência humana”?
Certamente, tentando analisar os padrões comportamentais de nossa época, torna-se possível a apresentação de inúmeros motivos para tal distância, como, por exemplo, o medo da violência, etc. Mas, a grande necessidade de respostas permanece e até se expande à medida em se cria um círculo vicioso, já que o individualismo, a indiferença e o medo não retraem ou diminuem a distância entre nós e, conseqüentemente, alimentam, por outro lado, uma espécie de “segregação”, que, em nada, representa o verdadeiro sentido social que deveríamos assumir como genuinamente nosso.
Tudo – absolutamente tudo!!! – seria bem melhor se houvesse união entre as pessoas, independente de credo, raça, condições sócio-econômicas e tantos outros fatores que, infelizmente, nos “diferenciam” na superfície e nos tornam piores na profundidade de nosso caráter. Na insanidade de alguns afortunados, a coisa seria como se fossem tão diferentes dos demais que, por exemplo, no fim da vida, não fizessem exalar de seus corpos, o fétido sinal da imutável morte; ou, como se, ainda, a sua (falsa ou ilusória) riqueza pudesse ser levada e desfrutada em seu perpétuo repouso. Eu, sinceramente, prefiro acreditar que ninguém, nenhum de nós seja dono de nada, que nós não temos nada, apenas “tomamos conta” por um tempo e depois, transferimos o que pensamos ter para outros.
A grande verdade – que não foi inventada por mim! – é que sendo filhos de Deus, supostamente irmãos, devemos nos preocupar com as nossas necessidades e anseios particulares, porém, em contra partida, não podemos ou devemos deixar de nos preocupar, também, com aqueles que não conseguem, por meios próprios, sanar as suas dificuldades.
A questão da fome, por exemplo, um dos maiores males do século, subsidia ações sociais do Governo, programas nem sempre tão eficazes, quando nós, “cidadãos do mundo” podemos assumir, também, em grande parte, responsabilidade real sobre as mazelas dos nossos semelhantes. Por que esperar que ações do Governo resolvam algo que, a priori, pode ser muito facilmente resolvido por nós mesmos? Basta que tenhamos verdadeira vontade de promover a solidariedade. Esta pode e deve começar em nossa rua, tomar o nosso bairro, a nossa cidade, e daí...
Este foi só um infeliz exemplo da nossa inércia e apatia social; ainda restam muitos e muitos outros agentes vergonhosos como a miséria, a própria violência, a deficiência dos serviços de saúde, educação e moradia, o desemprego, enfim, o total abandono que muitos de nós, seres menos afortunados – condição a qual não optamos por ter, diga-se de passagem!!! – estão sofrendo.
A desigualdade imposta pela inversão de valores só causa mais e mais discriminações e, por “tabela”, maiores infortúnios sociais. É o mais infeliz e provável resultado da “depreciação natural” que esta segregação gratuita faculta.
É preciso que haja uma conscientização gradual e coletiva, que elimine o “paternalismo demagogo” reinante e crie, em cada um de nós, a verdadeira vontade de ajudar ao próximo sem que se espere os méritos do “eu fiz”, do “oh, como eu sou bom e generoso...”!
Infelizmente, por mais gritante que seja este artigo, certamente, não tomará, ele, repercussões em nível de muita abrangência: porém, caro leitor, eu já me darei por satisfeita, se você passar a sentir-se um tanto quanto incomodado, percebendo o fato de que nada tem – até então - feito contra essa nossa “diferenciação”. Faça um favor a você mesmo e ao futuro que você sonha para seus filhos e netos: “adube”, “regue” e distribua esta “semente” que a minha revolta pessoal está lançando e se torne um ser humano de verdade, um ser racional, capaz de reconhecer  na fraqueza de hoje a inexistência do amanhã. Traga para si a responsabilidade e faça sem esperar agradecimentos ou recompensas; só aguarde e confie que a sua atitude – por mais tímida que for – representará um belo e grandioso exemplo a ser seguido por outros, criando uma “corrente” cujo objetivo seja único: o de tornar um pouco melhor a vida do próximo.
Só para concluir: Aproveitando a recente passagem da Semana Santa, quando houve, na cruz, o Sacrifício da Vida de Jesus, não houve por parte D’Ele ou de Sua Doutrina, nenhuma alusão à riqueza ou pobreza. Ele morreu por todos nós! Todos!!!
Pensem nisso: Pobre é quem não tem capacidade de amar... Pobre de espírito!

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